terça-feira, 26 de outubro de 2010

Amostra Sem Valor de António Gedeão

Gosto particularmente deste poema de António Gedeão, por isso publico-o aqui neste cantinho que é meu, mas que é para todos.

“Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
Com ele se entretém e se julga intangível.

Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
Sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
Que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
Não pesa num total que tende para infinito.

Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida
Ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância,
gratuita e desvalida,
Universo sou eu,
Com nebulosas e tudo”
António Gedeão

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