“Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
Com ele se entretém e se julga intangível.
Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
Sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
Que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
Não pesa num total que tende para infinito.
Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida
Ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância,
gratuita e desvalida,
Universo sou eu,
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
Com ele se entretém e se julga intangível.
Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
Sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
Que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
Não pesa num total que tende para infinito.
Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida
Ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância,
gratuita e desvalida,
Universo sou eu,
Com nebulosas e tudo”
António Gedeão
António Gedeão
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